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Festival Curtas de Vila do Conde: Competição Internacional

Festival Curtas de Vila do Conde: Competição Internacional
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Estes são os nossos destaques da competição internacional do Festival de Curtas de Vila do Conde.
Criado por: Ricardo Santos Silva em 09 / 10 / 2020
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Com o festival Curtas de Vila do Conde a chegar ao fim, a mostra de filmes da competição internacional chega também ao seu término. Esta é a secção com mais filmes a competição, no total foram 24 filmes.
De vários países mas com alguma predominância da língua francesa, as animações arrebataram o meu coração e as minhas escolhas para destacar aqui neste artigo. Este festival tem sido particularmente rico em boas animações e esta secção não ficou atrás.
Destaco então, em primeiro lugar, “Electric Swan”. Não está em primeiro por ser a melhor ou algo parecido, nenhum lugar aqui corresponde a uma tentativa de avaliação por comparação aos outros, apenas é uma forma de enumerar e escrever, algum dos filmes teria que ser falado em primeiro. Este “Electric Swan” é um daqueles filmes que custa a começar mas que do meio para a frente é uma constante surpresa. É uma produção cara, com alguns figurantes e efeitos especiais que nos conta a história e peripécias de um porteiro de um prédio. Entre tumultos, uma paixoneta e magia, este filme vai desenrolando com bons shots, boa fotografia e a acabar de uma forma surpreendente e mágica, de certa forma.
“Something to Remember” é uma curta que é uma animação que é um musical. Foi a primeira vez que vi estes três pilares juntarem-se e fiquei agradavelmente surpreendido. Sou uma pessoa que gosta de ver musicais, e vê-los assim com estas animações bem bonitas, os bonecos quase pareciam peluches reais que eram puxados por fios tipo marionetas mas acho que não se tratava disso, dado os movimentos e fluidez do desenho. Que belas vozes, que belas músicas, sombrias, mas muito bonitas. Foi uma ótima forma de passar cinco minutos.
“Filles Blues” é uma história que pode ser considerada de terror, de ficção ou de tudo isto e nada igual, com um início que me fez lembrar o último filme de Charlie Kaufman, um casal conduz por uma estrada na montanha até encontrar um grupo de raparigas que os pára para uma abordagem nada amigável. Os desenhos são simples, mas a história é muito boa.
Por último, talvez o melhor filme que vi neste festival, o que gostei mais vá, que me fez ficar vidrado, o tempo parece ter parado enquanto o via e sentia. “Empty Places”. Uma animação rápida de lugares vazios, muito colorida, muito simétrica que me arrancou um aplauso mesmo estando em casa a ver o filme. Parece feito de propósito para a situação em que vivemos, parece representar todos os sítios que antes estavam cheios de gente e durante a contenção ficaram vazios, apenas com a vida inanimada dos diferentes objetos a habitar o ar que não era ali respirado. Que ótima forma de viver o cinema.