Barzaj

Barzakh (barzaj em espanhol), é o limbo islâmico para o momento em que uma alma sai do corpo morto da vida terrestre e sobe, esperando o julgamento divino, para saber a sua próxima paragem, um momento de espera e incerteza.

Essa crença religiosa é o ponto de partida de Alejandro Salgado para uma metáfora que irá representar a espera de jovens adolescentes marroquinos em Melilha, cidade espanhola no norte de África, por uma possibilidade de viagem até Málaga, onde esperam iniciar uma vida melhor daquela que podem ter no seu país, Marrocos.

Este filme é todo passado à noite, as únicas luzes que temos são através das fogueiras que os jovens vão fazendo e da luz da lua. É um retrato cru, longo, e difícil como e, aliás, a vida desta gente que não sabe o dia de amanhã. Nesse campo, Alejandro consegue passar para o espectador exatamente isso, uma angústia, a dificuldade da espera e do desconhecido. Por outro lado, parece-me que fica a faltar um pouco da mostra daquilo que eles fogem para ainda os homenagear mais. 

Nesta sessão pudémos contar com o realizador que nos explicou como foi filmar ali, com aqueles rapazes, aquela vida, que é a vida real deles, não são atores e como é difícil estar ali naquele limbo.