Há filmes que me fazem sentir mal por fazer uma crítica má. É que nem tudo é culpa do criador. Este filme é um desses exemplos.
Não foi muito tempo depois de terminar A Culpa É Das Estrelas em 2014, que Josh Boone começou a trabalhar neste filme e que supostamente seria lançado em abril de 2018. Bom, dois anos depois, finalmente consegui vê-lo. Infelizmente, nestes dois anos vi muitos filmes parecidos e melhores.
Há dois anos, este filme podia ter sido ar fresco, mas mesmo nessa altura, não iria surpreender ninguém. O problema é que 80% do filme é investido nas personagens, mas quando chega o fim, nenhuma delas consegue cativar-me.
O elenco era promissor e muitos dos atores já se tinham destacado em obras anteriores, mas conseguimos notar uma grande falta de experiência, principalmente com a líder Blu Hunt, que não me convenceu nada. Falta-lhe a presença que a personagem dela precisa e não tem habilidade para nos fazer acreditar no seu crescimento.
Por outro lado, Maisie Williams, Charlie Heaton e principalmente Anya Taylor-Joy, dão o melhor que podem e conseguem dar-nos alguns momentos bons. Anya Taylor-Joy destaca-se não só pelo talento, mas também porque tem as melhores sequências de ação. Já Henry Zaga é completamente desperdiçado, o que é uma pena porque a história da sua personagem tinha potencial.
O filme visualmente é incrível para o orçamento que teve, mas dá para notar as restrições que existiram em certos momentos da narrativa, onde cortaram tudo aquilo que podiam relativamente aos poderes dos nossos jovens mutantes. Foi vendido como um filme de terror e honestamente, consigo ver certas cenas que encaixam no género, no entanto, parece que tentaram de todas as formas possíveis manter a classificação etária baixa.
Outro fator que não ajuda em nada este filme, é a falta de um vilão convincente. Temos a Alice Braga como antagonista que no fim é metida de lado de uma forma tão anti climática que até parece apressada.
Quem é fã de banda desenhada, vai ficar feliz porque o filme mantém-se fiel em muitos pontos aos livros, mas mesmo assim, não é suficiente para marcar a diferença. E os mais atentos vão captar uma cena que é uma fotocópia de outra cena do filme O Livro Da Vida de 2014.
Bem, este não é o pior filme do x-men. Porém, depois de tanto tempo investido, queria mais e até estava disposto a dar uma oportunidade a uma possível sequela, algo que não vai acontecer de certeza, porque todo o elenco tem agora mais cinco anos.