Para rir e muito! Confesso, não esperava dar metade das gargalhadas que dei ao longo deste filme. Parece que foi inspirado no filme UP – Altamente (isto para quem ficou só pelo trailer), mas garanto que não tem nada de parecido. Há exceção de algumas semelhanças das personagens, pronto.
Hunt for the Wilderpeople é escrito e realizado por Taika, e é uma divertida comédia que acontece no meio de uma das florestas da Nova Zelândia. Tem uma narrativa bastante dinâmica que é dividida por capítulos, quase como se nos tivesse a ser contado um conto, daqueles típicos que a nossa avó conta quando somos crianças.
Conhecemos Ricky Baker (Julian Dennison), uma criança problemática que é adotada por um casal que vive (literalmente) no meio do nada. Inicialmente Ricky desenvolve uma relação muito amorosa com Bella (Rima Te Wiata), a quem passa a tratar por tia. Já o marido de Bella, Hec (Sam Neill) evita a todo o custo desenvolver qualquer relação com Ricky, isto porque, nunca concordou em adotar e passar a ser responsável por ele.
A verdadeira história deste filme começa após a morte de Bella, que deixa Hec destroçado. Tenta livrar-se de Ricky, pedindo aos serviços de proteção de crianças para o irem buscar novamente. Aqui começa a grande aventura. Ricky não quer sair daquela pequena casa de campo, por isso, tem a brilhante ideia de fugir e tentar a sua sorte sozinho por entre a vasta floresta. Hec terá de o procurar e salvar.
Julian Dennison tem um trabalho incrível em nos dar uma criança que tem tanto de adorável como de criança insuportável. Mas é quase impossível não gostar dele, até porque todas as gargalhadas que soltamos é por sua conta. E ficamos com o coração quentinho em todas as cenas que o vimos aproximar do seu tio Hec e a quebrar as barreiras que ele lhe impôs logo de início. É bastante simples, esta é a história de um velho carrancudo que acaba por revelar o seu coração gigante em fazer de tudo para ajudar Ricky, aquela criança insuportável que na verdade, só precisava de alguém que se importe de verdade com ele.
Com um excelente equilíbrio entre o humor e o drama é também impressionante como conseguimos ver tantos defeitos adultos através do gozo em tom provocatório do adolescente Ricky. Ri-me de muitas piadas das quais podiam ter sido feitas sobre mim.
Está de parabéns o diretor de fotografia, Lachlan Milne, que explora a grandiosidade das paisagens locais com várias panorâmicas que são utilizadas para passagens de tempo e ação. Sem deixar de referir que a banda sonora encaixa na perfeição e temos direito a Nina Simone e Leonard Cohen, clássicos que tocam nos momentos principais do filme.
Se o objetivo era trazer um pouco da alegria através de um miúdo que descobre a vida na natureza ao lado do velho que passa a ter outro sentido ao ensinar-lhe tudo o que sabe, então foi muito bem conseguido.
Honestamente acho que esta comédia é digna de ser vista e de estar no top das mais vistas. É uma pérola ainda por descobrir e gostava muito que tivesse o reconhecimento que lhe é devido! Para ver com os amigos e se calhar, rever! Ah, e rir muito!