Quem Quer Ser Bilionário?

Quem Quer Ser Bilionário foi o filme mais premiado do 2009. No entanto, admito que o considero entretenimento rápido, eficiente e sem grandes complicações. E talvez seja esta aparente simplicidade o maior mérito do filme porque mesmo sendo simples consegue encantar-me.

Recordo-me da primeira vez que vi Quem Quer Ser Bilionário e o que soava vezes sem conta dentro da minha cabeça era: Eu quero ir à Índia. Este filme é uma viagem direta aos cantos mais escondidos da Índia e o condutor é Jamal.

Como é que alguém como Jamal (Dev Patel), que não teve educação e cresceu nos bairros mais pobres de Bombaim, conseguiu chegar à última pergunta do programa Quem Quer Ser Bilionário? O jovem sabe as respostas por circunstâncias passadas da sua infância e juventude. É assim que começamos o filme. Pronto, acho que até começou bem.

Achei logo no início que estava a ver um filme de denúncia e de luta que me estava a deixar extremamente revoltada perante toda a violência que me estava a ser exposta. Mas é só na reta final do filme que percebemos: Quem Quer Ser Bilionário é uma história de amor. Tudo o que aconteceu com Jamal até à participação no programa foi em sucessivas tentativas de encontrar Latika (Freida Pinto) por quem nutre uma paixão desde o dia que a conheceu.

O guião de Simon Beaufoy, que adaptou o romance de Vikas Swarup, não é sobre dinheiro, mas sim sobre amor e destino.    

Encontrei neste filme sangue novo, apaixonado e vigoroso. Interiorizei a realidade da mais dura pobreza do mundo e vi crueldade e violência de um país como a Índia, mas também estive disposta a sair por cima do negro para ver uma boa história de amor. Boa, só. Acho-a longe de ser perfeita.

Fiquei desapontada com a previsibilidade das histórias, com a falta de criatividade e com a maneira desgastante com que a personagem principal triunfa sempre.

O realizador Danny Boyle escolheu expor a pobreza do país, mas tentou disfarçá-la, colocando-a atrás de duas histórias interligadas, o amor de Jamal e Latika e a crueldade do irmão Salim (Madhur Mittal).

Bato palmas a algumas pessoas: A A.R. Rahman e M.I.A que criaram um ambiente brutalmente dinâmico através da música muito bem encaixada nas cenas do filme e a Anthony Dod Mantle que foi encarregue da fotografia e, como já tinha referido, fez-me querer entrar num avião e ir rapidamente para a India conhecer todos os cantos do país.

Quem Quer Ser Bilionário é uma bonita história de amor. Venceu-me pelo final feliz ao estilo bollywood.