Euphoria

Ver Euphoria é uma experiência desgastante. Não significa que a série não tem qualidade. Significa que é uma história que nos faz mergulhar de cabeça nas personagens e quando terminamos, ficamos com um sentimento de vazio.

Aborda os temas mais comuns de uma série dramática adolescente: amor, sexo, drogas, bullying, insegurança, gravidez e problemas familiares.

O que diferencia Euphoria das restantes séries do mesmo género é a forma como os temas são abordados. Em certos episódios, o assunto em foco tem uma carga psicológica aterrorizante (principalmente para os jovens) mas a maneira como é abordado através das personagens é digna de aplausos.

Esta série é produzida por Drake e é inspirada numa série israelense. Nela, conhecemos Rue (Zendaya), uma jovem de 17 anos que luta conta o vicio das drogas e depois de passar todo o verão numa clínica de reabilitação, volta a consumir assim que chega a casa e regressa à escola. No novo ano escolar conhece Jules (Hunter Schafer), por quem começa a desenvolver um carinho amoroso, que não é correspondido.

Rue narra a história e cada episódio foca na vida de uma personagem diferente. Esta escolha tornou-se numa ferramenta bastante útil para nós. Ajuda-nos a construir uma cronologia interativa e mantém o nosso foco no desenvolvimento de personagens.

 Euphoria afasta-se de outras séries que apresentam a mesma estrutura e estilo, porque é o reflexo da vida real. A polémica rotina dos jovens é trabalhada de forma verdadeira e não perde tempo a tentar criar um elo de aprendizagem.

É honesta de todas as formas, descritiva e sombria. As personagens lidam com as consequências dos seus atos sem a entrada de um herói que os ajuda a sair do poço. E acho que Euphoria é uma dessas séries, que nos permite retirar conclusões diversificadas sem que exista uma resposta certa.

Por exemplo, o episódio final da temporada tem uma carga emocional muito forte. Mas conclusões não são óbvias, porque o fim é a mais pura naturalidade da vida real. E a vida tem diferentes visões em cada momento. Seja qual for a tua interpretação, acho que vai ser tão sombria quanto a minha.