Um prisioneiro, é uma pessoa má? Esta série responde-te! Sim, há pessoas más, mas a maioria das pessoas tenta sobreviver num mundo cheio de armadilhas. Por vezes, o azar é o sítio onde cresces ou a pessoa errada que conheces. Orange Is The New Black, é muito humana! Mostra o antes de ser prisioneiro, não para desculpar, mas explicar que há um motivo para tudo o que acontece!
Nesta série há espaço para tudo. Parece um mundo dentro de um mundo. São sete temporadas de um elenco feminino diversificado. Umas são inocentes outras nem tanto.
No dia a dia da prisão conhecemos como é que o sistema funciona, como é que os guardas são pressionados para serem violentos e autoritários e como as prisioneiras são tratadas numa instituição que carece de muitas condições.
E por meio dessa viagem pela prisão, conhecemos as histórias das prisioneiras. Com todas as personagens funcionou assim: Conhecemos a prisioneira em Litchfield, com poucas cenas conseguimos perceber qual a função dela na prisão (e na série) e com o desenrolar dos dramas vai existir um episódio que se dedica só a essa personagem e vai-nos levar à vida dela antes de ser presa.
Há vários grupos dentro da prisão, uns por raça, outros por interesses e outros por afeto. Porém, há um grupo central, que é o de Piper Chapman (Taylor Chilling). Não é bem um grupo principal, porque depois da segunda temporada é quase impossível apontar para uma personagem como sendo a principal. Mas como é em Piper que começa e acaba, assumimos que ela é o centro.
A primeira temporada foca-se muito em Piper e em como ela se habitua à nova vida, sem privacidade e em constante perigo (ninguém gostava dela). A segunda é sobre o romance de Piper e Alex (Laura Prepon), a terceira gira em torno de um negócio bastante lucrativo: vender cuecas usadas de prisioneiras, na quarta temporada o abuso policial e as restrições começam a ser excessivas, o que leva a uma revolta de todas as prisioneiras e é contada numa temporada inteira, a quinta.
A sexta e a sétima são temporadas que se preparam já para o fim da história, mas os diferentes grupos dividem-se e tudo é completamente diferente daquilo que estávamos habituados em Orange Is The New Black.
Bem, não há fôlego para tantas histórias, tantas personagens e tantas emoções… Esta série chegou sem medo de ser exatamente aquilo que é. Real, diversificada e com a responsabilidade de alertar sobre tantos e tantos problemas sociais.
Foi uma das primeiras produções da Netflix e chegou-nos pela coragem de Jenji Kohan, Sara Hess e Tara Herrmann. Coragem porque criaram uma série totalmente dedicada a mulheres com denúncias de injustiças e esquemas que fazem o país tremer.