Para mim, esta é talvez uma das séries de máfia mais interessantes dos últimos anos. Até podíamos falar de Os Sopranos, ou encontrar algumas ligações aos filmes O Padrinho, mas esta série transborda carisma e torna-se única. Sempre foi dinâmica e uma das poucas que traz verdadeiro drama de ferver o sangue, mas deixem-me dizer: a quinta temporada de Peaky Blinders é a melhor de todas. Para mim, superou todos os desafios e mais alguns e continua a ser fiel à sua essência.
Esta temporada trabalha profundamente no lado psicológico de Tommy Shelby, o protagonista que é interpretado por Cillian Murphy. Desta vez, os aplausos são todos para este ator, que foi impecável. E as perguntas são sempre as mesmas: quem será o novo inimigo agora? Quem vai trair a confiança de Thomas Shelby?
Peaky Blinders começa agora a abordar novos assuntos relevantes sobre os anos antes da segunda guerra mundial. Ao contrário das temporadas anteriores que se focaram mais na disputa entre os gangues, agora temos a família Shelby bastante mais envolvida na política europeia e em conflitos que vão ser pertinentes na guerra mundial.
Conhecemos Oswald Mosley (Sam Claflin) que irá ajudar Tommy na conquista da classe trabalhadora de Birmingham, mas com o decorrer de tanto drama percebemos que cresce uma grande tensão entre ambos que os vais tornar rivais em vez de parceiros. Tommy começa a questionar-se dos seus valores e da verdadeira influência que pode ter nos outros.
Polly (Helen McCrory) decide abandonar os negócios, Michael (Finn Cole) começa a ter conflitos com Tommy depois de se mostrar interessado em querer ter mais poder e Arthur (Paul Anderson) permanece num profundo tormento sem conseguir superar o abandono de Linda (Kate Phillips).
É uma temporada marcada pelos traumas e conflitos psicológicos de Tommy. Vemos uma maior distância entre ele e a família, o que só contribui ainda mais para a sua instabilidade psicológica. Dá a sensação que estamos a ver Tommy numa prisão da qual não consegue sair. É sufocante!
Steve Knight, criador da série, regressou com um argumento fabuloso, num tom ainda mais obscuro e um pouco ilusório.
Creio que este desequilíbrio psicológico de Tommy pode provocar-lhe uma queda, da qual não vai conseguir recuperar.