6 Underground

A Netflix pode fazer tudo o que quer. Pode ser o estúdio mais indicado ao Óscar e, ao mesmo tempo, lançar um filme como este, cheio de potencial, mas que se autodrestruiu, e o motivo para isso é que deixaram Bay ser Bay.

Ao contrário de muitos, ainda acho que Michael Bay é um talento. O problema é que ele tem a maturidade de um rapaz que brinca sozinho em casa. Não se consegue controlar e depois tem um orçamento alto, mas se ninguém intervir, Michael perde o controlo.

Este filme não tem coração, nem cérebro e, em alguns pontos, parece que não há argumento. As personagens são unidimensionais, e nem mesmo o carisma de Ryan Reynolds salva o filme, porque parece que está num filme diferente e a interpretar a mesma personagem de sempre.

O resto da equipa? Ninguém se importa com quem eles são, as pessoas que escreveram a história não se importam de certeza. Tinham um conceito interessante, não era um novo porque é uma espécie de missão impossível e uma mistura de equipas. Ainda assim, havia coisas divertidas para fazer, mas quando uma equipa está cheia de pessoas com habilidades inúteis para a missão e vai substituir o motorista por um atirador, só pode significar que ninguém naquele filme se importava com o que fosse.

Existem algumas cenas de ação boas. Mas, temos explosões que acontecem em lugares que não fazem sentido algum, explosões acontecendo antes do que deveriam e não existe atenção nenhuma nos detalhes.

É certo que há algumas coisas neste filme que são novas para Bay, nunca o vi ficar tão gráfico nas mortes. Neste filme vemos o sangue coagulado e isto é algo novo para o realizador. Mas sendo algo novo acabou por usar tanto que se desgastou rápido. O ímã do barco era muito bom visualmente, extremamente estúpido, mas bom.

Dito isto, espero que este conceito não morra, porque daria um ótimo programa de TV, mas para acontecer, é preciso existir a energia de ação de Bays, uma escrita inteligente e apenas alguém que consiga manter o controlo.