Butt Boy

O título é sugestivo, e o filme também o é. Butt Boy de Tyler Cornack, escrito, realizado e onde a personagem principal é o próprio, foi um dos filmes que vi na edição de 2020 do MotelX, festival de terror de Lisboa. Mas a verdade é que, de terror tem pouco, ou foi isso que me pareceu, ou que senti. 

Chip (Tyler Cornack) é um engenheiro informático numa daquelas empresas tech em que o dono é um homem todo alegre e faz músicas com os empregados e estes são muito felizes por trabalhrem ali, ou pelo menos transparecem, exceto Chip que tem uma vida monótona e da qual não gosta. 

Tyler Cornack cria esta narrativa em cenários sempre muito escuros e com tons de azul nesta primeira parte do filme, talvez para nos dar a entender a sombra em que Chip vive. 

Sem dar spoiler, chega a uma parte em que Chip tem que ir fazer um exame de rotina à próstata e esse exame muda a vida deste engenheiro informático. Ele torna-se o Butt Boy e, a partir daqui, o filme revoluciona-se de uma forma estupenda. Torna-se numa comédia negra, sempre em tons de negro como no início, mas de onde, por causa da situação que está a ser contada, o espectador se pode rir e rir bastante.

Russel B. Fox (Tyler Rice) é um inspetor da polícia que a dada altura entra no filme e tem a melhor perfomance, sério, alcoólico em recuperação com uma história familiar que vamos descobrindo e que nos tira os pés do chão já perto do final. Irei, sem dúvida, investigar mais sobre outros trabalhos deste ator. 

No fim de tudo, não posso chamar a este filme um filme de terror, na melhor das hipóteses, podemos chamar terror a algumas coisas que vimos ali (isso sem dúvida), mas este policial que é uma comédia negra, foi o ponto alto dos filmes que vi neste segundo dia de MotelX.