Hoops

Do mesmo criador de "Archer", uma série com uma animação muito parecida a uma qualquer banda desenhada e que foi inovadora, chega-nos "Hoops" à Netflix. 

Foi com bastante entusiasmo que escolhi esta série para ver. Uma série com 10 episódios daqueles de 20 minutos, animada, para rir, para aqueles momentos em que não me apetece nem ver um filme nem uma série com episódios longos, perfeita para ver antes de ir dormir e desanuviar de um dia de trabalho. 

É uma série que tem um conjunto clássico de personagens que séries deste género como "Family Guy" ou "American Dad" também têm, por exemplo, um tipo que é o mais amoroso e querido e é muitas vezes injustiçado, um que é muito burro, um que é gordo e parece ser a sua única característica, e o principal que enche o ecrã por ser propenso a um discurso cheio de asneiras, pensamentos alternativos, péssima presença social e uma vida complicada. A estrela desta série é um treinador de basquetebol falhado que treina uma equipa de escola secundária que não ganha nada, Ben Hopkins. Ben Hopkins é uma personagem muito curiosa, e se a animação não é nova, já a vimos em muitas outras séries deste género, há que dizer que a voz feita por Jake Johnson é incrível, este senhor deve ter ficado com as cordas vocais em sangue de tanto falar neste tom. 

No entanto, há medida que os episódios vão desfilando, a história nunca vai surpreendendo, nunca vemos nada de novo e o tipo de piadas e a forma de as entregar ao espectador, seja apenas na voz, seja no humor físico das animações, já foi visto e fica até aborrecido porque, nunca vi aquele episódio e estou a adivinhar tudo o que vai acontecer por parecer que já vi aquilo em algum lado. 

Aquilo em que esta série se destaca é na parte musical. Há aqui um grande trabalho em escrever músicas engraçadas e em fazer animações incríveis para esses momentos musicais como quando Ben engole a saliva de um sapo que o faz entrar numa viagem psicadélica. É um dos melhores momentos da série e dá ali uma força para terminar esta primeira temporada quando a chatice de argumento e piadas esteve quase a fazer-me desistir. 

Esta primeira temporada termina com projeções para uma possível segunda temporada, não sei se a série teve muitos espectadores mas, se conseguirem a renovação para uma segunda temporada, vai ter que haver muito mais trabalho ao nível de piadas e argumento, é preciso inovar, porque para entrar neste território que já está dominado por séries que estão cá há mais de 10 temporadas, algo de novo tem que ser feito.