Rebecca

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Duração: 121 minutos

Data de Estreia: 16 / 10 / 2020

Orçamento: Sem Informação

Receita: Sem Informação

Linguagem: Inglês

Status: Lançado

Produtora /s:

Working Title Films

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Review

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Reviews: 60
Seguidores: 2


Rebecca

Reação dos fãs:

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22 / 10 / 2020

Tenho a certeza que este desafio até parecia fácil no papel. Fazer um filme que tem mais de 80 anos, que é a preto e branco e supor que as pessoas não têm este filme bem gravado na memória para o comparar, é um erro.


Até o realizador brincou e disse que provavelmente já nenhuma das pessoas que viram este filme no cinema está viva. 


Bom, acho que subestimaram o Hitchcock, não só na relevância que ainda tem nos dias de hoje, mas principalmente em como os seus filmes passam em todos os testes do tempo. Este filme é um grande exemplo.


Rebecca é uma história simples. É uma história que não se segura num grande e chocante momento. É uma história que já vimos muitas vezes antes e por isso é difícil torná-la interessante.


A versão de 2020 não é um mau filme. O problema é que o filme quis ter o melhor dos dois mundos. Tentou ser mais relevante do que precisa ser para o tempo atual.


Deu mais força à personagem interpretada por Lily James e tornou a diferença de idades entre ela e a personagem interpretada por Armie Hammer mais pequena, mas ao mesmo tempo tentou demasiado manter a nostalgia do filme original. E acabou por ser ficar “muito no meio” ou seja, não foi uma coisa nem foi outra.


Lily James e Arnie Hammer não estão ao mesmo nível das atuações de Laurance Olivier e Joan Fontaine em que sentimos bastante a tensão entre os dois desde o primeiro momento. Na verdade, os dois preocupam-se quando as coisas começam a descambar, especialmente porque Maxim é muito mais humano no filme original. Ele está bastante perturbado e percebemos porque é que aquela mulher se preocupa tanto com ele.


Na versão da Netflix, temos uma lindíssima Lily James em que é suposto sentirmo-nos surpresos quando um homem se apaixona por ela e temos o simpático Arnie Hammer em que nem conseguimos acreditar na sua raiva ou no seu coração partido.


Por outro lado, temos Kristin Scott Thomas que mete a um canto qualquer outra atuação no filme e, para mim, supera a atuação de Judith Anderson no filme original, principalmente porque a sua personagem Sra. Danvers é muito mais movida pela raiva e vingança.


Visualmente é óbvio que a nova versão é capaz de superar o original e especialmente nas liberdades criativas das sequências de sonho/drogas que não tínhamos no original, mas que adicionam alguns momentos visualmente fortes. No entanto, gostei mais da última cena da Sra. Danvers no filme original.


Se analisarmos ao pormenor, a maior diferença que encontramos é na realização. Ben Wheatley não é um mau realizador, mas a história nunca precisou realmente das suas habilidades. Precisou de alguém que conseguisse transformar as situações mais banais em situações que nos fazem levantar da cadeira e em que a tensão nos oprime. E, na verdade, há bastantes realizadores que conseguem fazer isso como o Hitchcock.  


A nova versão de Rebecca não é uma má tentativa, e para muitos que nunca viram o original, estaria até muito bem para a história que aborda. Mas para mim, sei que pode ser feito melhor porque alguém já o fez melhor antes. Por isso, diria que o vencedor é a versão antiga!




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