Trainspotting

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Duração: 94 minutos

Data de Estreia: 23 / 02 / 1996

Orçamento: $ 4.000.000

Receita: $ 16.491.080

Linguagem: Inglês

Status: Lançado

Produtora /s:

Channel Four Films Noel Gay Motion Picture Company Figment Films Miramax Film4 Productions

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Sinopse

Uma jornada selvagem ao obscuro submundo das drogas de Edimburgo, onde Mark Renton tenta largar a heroína. Ele e os seus amigos mergulham no vício para fugir das banalidades da existência mas logo começam a sentir as consequências do seu vício e a descobrir que não existem soluções fáceis para a solidão e a dor da vida. Sem moralismos e falsas mensagens, o filme acompanha a rotina alucinante dos jovens e traça um retrato da geração desesperançada dos anos 90.

Review

ranting

Reviews: 88
Seguidores: 2


Autodestruição da mais pura e dura!

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07 / 12 / 2020

Aqui temos Danny Boyle com a mais alta criatividade que já lhe conheci até hoje.
Já vi muitos filmes deste realizador e nenhum me deu um nó no estômago como "Trainspotting" de 1996.


Ok, vamos lá...
O início do filme vale por tudo. Rento (Ewan McGregor), o personagem principal, tem um monólogo de abertura em que fala das várias decisões das pessoas ao longo da vida. Trabalhar, poupar dinheiro, casar, ter filhos... escolhas que são, normalmente, as mais comuns. No caso de Rento é diferente. Decidiu abdicar de tudo o que tinha e poderia ter tido para continuar a ser viciado em heroína... dando-lhe a sensação de ser livre! Será?


É que ser viciado numa das piores drogas de dependência não me parece ser sinónimo de liberdade e ao longo do filme vamos percebendo isto. 


Há alguns discursos de Rento que não me saem da cabeça, mas se tivesse que apontar para um seria para aquele em que ele diz "Quando temos a droga só nos precisamos de preocupar em usá-la. Quando não temos, somos obrigados a preocupar-nos com outras coisas. Contas, comida, relações, equipas de futebol e coisas que não importam nada quando tens um vicío.". Ou algo assim do género. 


Já dei por mim a procurar algo que me fizesse esquecer estas mesmas preocupações que no final não importam nada. Mas não se esquecem! A não ser que a escolha seja a de "ser livre", tal como Rento.


A questão dele e do grupo de amigos é esta: queres ter um seguro dentário ou perder os dentes por causa da heroína?


Renton decide várias vezes que vai deixar de consumir heroína. Várias vezes... mas volta sempre ao mesmo porque ele é autodestrutivo. Mas isto é explicado de uma forma bastante inteligente e provavelmente vai passar ao lado de muitas pessoas. 


Um dos grandes problemas de filmes que contam histórias sobre o universo das drogas é que, tentam espalhar uma mensagem negativa, obviamente, sobre as drogas e querem ajudar a afastar as pessoas do vício. Visto assim, nem parece ser um problema, aliás, são mensagens que podem salvar vidas. O problemas destas mensagens é que escrevem um universo que não existe. 


São mensagens que se distanciam da realidade e por isso, perdem credibilidade junto àqueles que sabem perfeitamente quais são as regras deste universo. Para além disso, raramente se vê a droga como uma doença. É fácil apontar o dedo e desistir de um viciado quando não conseguimos perceber que temos à nossa frente uma pessoa doente a precisar de ajuda. 


Para um viciado, as drogas são divertidas, animadas, felizes, coloridas... são sinónimo de adrenalina e de emoções inexplicáveis... é melhor do que sexo. Não é isto que vemos com frequência nos ecrãs. Com isto, não quero ser mal interpretada. Bem sei que o vicio em nada é bom, mas se for para falar sobre um tema, que se fale com verdade. E as drogas são viciantes por algum motivo. Se entendermos um pouco da realidade deste mundo é mais fácil perceber que um viciado não tem escolha. Não deve ser julgado nem deve ser abandonado. 


É isto que vem neste filme, realidade! Aqui evita-se o moralismo barato e traz a voz dos viciados e com eles as verdadeiras e graves consequências do uso constante de heroína. 


Trainspotting é um filme cheio de dinamismo. Usa a música eletrónica e os cortes rápidos para representar as noites do grupo de amigos: Renton, Spud (Ewen Bremmer), Tommy (Kevin McKidd), Begbie (Robert Carlyle) e Sick Boy (Jonny Lee Miller). 


Este é um grupo de amigos tóxico. E a narrativa deixa isto bem claro no peso dramático que chega a ser uma representação caricata. Tommy era um dos que não consumia mas, Renton sem absolutamente nenhum motivo, influencia-o. Spug não tem nenhum controlo de nada. Begbie é um psicopata violento. Sick Boy perdeu parte de sua humanidade num dos momentos mais traumáticos deste filme e que também não me saí da cabeça.


Devo referir, para que não se esqueçam, o filme é trágico e mostra-nos um lado muito negro. Mas, "Trainspotting” não vai criar rótulos. Na verdade, parece que o realizador fez uma excelente pesquisa sobre o vício e não veste uma cor, nem contra nem a favor. Conta-nos uma história que reflete a realidade. Podia ser a história de milhares de pessoas e quem somos nós para apontar o dedo a esses milhares de pessoas.




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