Esperança

Estreou a série “Esperança” protagonizada por César Mourão e a nova plataforma de streaming do canal, @opto.sic, já tem disponível o segundo episódio.

Sou fã do César Mourão, por isso, já sabia que não há melhor ator do que ele para dar vida a uma divertida e descarada idosa.

Lembro-me das pequenas interrupções que fez nas galas dos Globos de Ouro, em que protagonizou momentos hilariantes vestido de “Clotilde”. Revi esses momentos vezes sem conta porque ria desalmadamente.

Superou as minhas expetativas! Não estou surpreendida com a personagem porque já era conhecida por aí e por aqui. O que me surpreendeu foi a dimensão da série que apresenta uma estrutura de comédia com uns toques de ação criminal.

O mundo que a Esperança apresenta fez-me rir e segurou-me ao ecrã todos os minutos. Até acredito que ninguém vai desviar os olhos dos episódios porque a personagem é uma viúva octogenária muito carismática, sem medo ou vergonha do que diz. Por vezes penso que devíamos ser mais como ela é!

O primeiro episódio é um especial de Natal que prometia comover. Sim, é verdade, não escondo que nos últimos minutos deixei fugir algumas lágrimas, ainda que timidamente. Mas a maior parte do episódio tem espaço para nos divertir imenso.

A cena que aconteceu durante um velório é genial! Não tenho palavras melhores para descrever, nem consigo, porque falta-me o ar de tanto rir só de pensar neste momento. César Mourão é um extraordinário ator e o argumento de Pedro Varela não fica atrás, até porque carrega uma mensagem que vamos guardar no coração com medo de a esquecer!

A incrível banda sonora é de Miguel Araújo e a brilhante transformação é do argentino Fito Dellibarda. Ao César junta-se um elenco maravilhoso: Marco Paiva é o filho, Eva Tecedeiro a nora, Gonçalo Almeida o neto, Leonora Carvalho a empregada, Valerie Braddell a amiga e José Manuel Mendes o senhorio.

Vale referir que, há uma bonita protagonista que chega a roubar as atenções de César, e é Lisboa. Até aqui, não desejo apontar qualquer defeito. A Esperança é uma homenagem às nossas avós e leva-nos numa viagem às nossas memórias, com muitas gargalhadas pelo meio.